· Por Danniel Rodrigues
Sozinhos vamos mais rápido. Juntos, vamos (muito) mais longe. O poder transformador dos grupos!
Há uma força transformadora que se revela quando pessoas se reúnem em torno de um propósito comum. Estar em grupo, seja para estudar, praticar um esporte, trabalhar, praticar uma ação de voluntariado ou refletir sobre algo, é muito mais do que estar acompanhado. É uma experiência de coevolução, em que o encontro entre diferentes saberes amplia os horizontes individuais e desperta um sentido maior de pertencimento à vida.
“Nunca duvide que um pequeno grupo de pessoas conscientes e engajadas possa mudar o mundo. De fato, sempre foi assim que o mundo mudou.” – Margaret Mead
Diferente do convívio social ou das amizades cotidianas, um grupo que se propõe a realizar algo transcende o prazer da companhia. Um grupo com propósito tende a “furar a bolha social”, porque há muitas maneiras (e, portanto, pessoas) diferentes de se chegar a um objetivo comum. É um campo de aprendizado mútuo, um laboratório vivo onde se experimentam a escuta, o diálogo, o conflito e a criação. Em um grupo de trabalho, estudo ou prática esportiva e espiritualista, cada pessoa oferece o que tem: suas virtudes e suas limitações, e recebe, em troca, o reflexo da diversidade humana. É nesse reflexo que mora a oportunidade de respeito e crescimento.
Como lembrou o grande Beto Guedes, “vamos precisar de todo mundo; um mais um é sempre mais que dois”. A soma de consciências, quando unidas por um ideal elevado, não é aritmética, mas alquímica: algo novo emerge, maior do que a soma das partes. Grupos construíram civilizações, moveram revoluções, curaram doenças, atravessaram desertos e reinventaram o mundo. O Renascimento, as expedições científicas, os movimentos de libertação e os projetos comunitários são exemplos do poder criador que nasce do “nós”.
Mas estar em grupo requer maturidade. É preciso deslocar o foco do “como posso me beneficiar disso?” para o “como posso servir a esse grupo?”. Essa mudança de eixo — do indivíduo para o coletivo — é o que transforma uma reunião de pessoas em um verdadeiro organismo vivo. No grupo, aprendemos que o brilho de um depende do brilho de todos, e que colaborar é mais sábio do que competir. Desafiador no mundo contemporâneo, mas completamente possível!
Uma dica prática, então, é fazer o teste do pescoço: olhar ao redor e se perguntar; quais grupos eu realmente faço parte em minha vida? Que tipo de atividade eles realizam? O que produzimos juntos? Qual é a minha intenção quando estou nesses grupos? Os encontros que tenho nestes grupos geram movimentos exclusivamente para o meu bem-estar, ou há algo que também beneficia outras pessoas? E, se não faço parte de nenhum grupo, o que me impediria de começar, e com qual propósito eu gostaria de contribuir?
Trabalhar em grupo é um exercício espiritualista, no sentido mais humano da expressão, disfarçado de cotidiano. É um convite a aprender com as diferenças, a expandir a empatia e a compreender que o outro é um espelho de aspectos de nós mesmos que ainda não enxergamos. Quando cada um dá o seu melhor, sem desejar o protagonismo, mas o equilíbrio. O grupo cresce, e com ele cresce o mundo.
A humanidade se ergueu sobre grupos: aldeias, assembleias, escolas, comunidades, cooperativas, corais, equipes, templos. O que evoluímos, criamos e curamos nasceu de mãos entrelaçadas. O trabalho coletivo é, em última instância, a forma mais profunda de amor em ação, porque nele o eu se descobre parte de um nós, e o serviço se torna a mais alta expressão do ser.
E após essa leitura, fica a pergunta: em quais novos grupos você vai fazer parte? Na Luci™, temos uma comunidade recém-formada que busca trazer mais lucidez por meio de uma vida mais saudável e conectada.
Em outubro, o desafio proposto é ficar um mês inteiro sem consumir álcool, cultivando presença e equilíbrio, e estamos usando a força do grupo para fazermos isso acontecer de forma mais efetiva para todos!