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Por Danniel Rodrigues

Presença e lucidez à mesa e no copo

Já pensou o quanto os nossos sentidos podem ser ferramentas de lucidez? Vivemos cercados de aromas, sabores, imagens, sons e texturas, mas raramente os experienciamos com consciência e presença.

A natureza foi generosa ao colocar à nossa disposição uma riqueza de sabores, aromas e sensações, mas a correria do dia a dia nos faz esquecer disso, tornando atos diários como comer e beber em meras ações utilitárias e automáticas.

Quando foi a última vez que você apreciou os aromas de um vinho ou de uma cerveja antes do primeiro gole? E as camadas de sabor de um prato que você gosta? Ou até o perfume de uma flor desabrochando? Se lembra da última vez em que sentiu isso?

Estar consciente em momentos simples como esses nos enriquece enquanto seres humanos. Essa riqueza nasce do encontro entre curiosidade, presença e o que a natureza colocou, com tanta generosidade, ao nosso alcance.

A reflexão que vem do copo

Essa reflexão vem da minha experiência recente no curso de formação de sommelier de cerveja, que ensina, entre outros temas, a análise dos aspectos sensoriais que uma boa cerveja oferece. Tudo começa com o som ao abrir a lata ou a garrafa, segue pela cor e pelo brilho no copo, percorre a variedade de aromas possíveis e culmina na percepção de sabor, que é a união de aroma, gosto e sensações táteis na boca.

Quem atua como sommelier — seja de vinho, cerveja ou mesmo como chef de cozinha — usa muito do verbo degustar. Segundo o dicionário, degustar é "o ato de experimentar com atenção e deleite o sabor de; saborear, provar". Degustar exige justamente atenção, porque é só com muita presença que percebemos aromas e sabores que antes poderiam passar despercebidos.

O cotidiano como ritual

Muitas vezes esperamos o “momento perfeito” para exercitar a presença e esquecemos que atividades triviais, como comer e beber, quando vividas com consciência, podem elevar o cotidiano a outro patamar sensorial. Esses pequenos rituais nos ajudam a construir um repertório e referências muito ricas sobre a vida.

Quando você está lavando a louça, lave a louça. Quando estiver bebendo chá, beba chá. (mestre Zen Thich Nhat Hanh)

Por exemplo, para muitos animais, certos gostos e aromas servem como alerta diante de possíveis riscos. Nossos sentidos olfativos e gustativos podem ser menos aguçados em comparação a outras espécies, mas continuam sendo ferramentas confiáveis. No mundo de hoje, essa atenção não apenas evita erros (e algumas dores de barriga, risos), como também amplia o prazer, a gratidão e a clareza nas escolhas.

Pequeno ritual para mais presença

Fica o convite desta reflexão: faça do próximo gole um pequeno ritual. Siga alguns passos simples:

  • Respire e esteja presente no momento;
  • Observe a aparência — cor, brilho e textura no copo ou no prato;
  • Aproxime o nariz, identifique notas e aromas;
  • Prove com calma, sinta a textura na boca, o sabor e o final.

Vale para um prato simples, para um vinho e também para uma cerveja — incluindo as versões sem álcool, quando a intenção é saborear mais, por mais tempo, e manter a presença sem pressa.

Sentir melhor é viver Melhor

No fim, presença é atenção aplicada ao sabor da vida. Sentir os aromas, os gostos, as texturas e as emoções que o momento nos proporciona nos conecta não apenas com o que estamos consumindo, mas com nós mesmos.

Então, da próxima vez, experimente desacelerar, refletir sobre o momento e observar os pequenos detalhes. Sentir melhor é viver melhor.

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